sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

[01/01/2016]

Desejei começar a ocupar lacunas em minha vida.
Não tenho dinheiro para comprar um diário decente e decidi escrever o que preciso escrever nesta plataforma antiquada.
O que quero com isso?
Obter um hábito de escrita. Hábito no qual tenho pouca esperança que se mantenha por muito tempo, tal como é tudo para mim.
Então vamos lá!
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Fui passar o réveillon no Janga hoje. Fui passar sozinho.
Em âmago, não quis isso. As opções eram poucas, no entanto, e a solução mais poética foi passar aquele momento sozinho.
Comprei vodka e me embebedei num canto isolado da praia. Ouvia Rubel, recordando-me de Luciana - a qual é a única pessoa que se aproximou o bastante dos meus sentimentos, e por isso acabei confundindo o que sentia. Não gosto dela, mas ela é a única a quem eu penso. Não sinto nada a imaginando, mas é que o vazio é tão grande que o ocupar com os pensamentos sobre ela não faz mal.
Retirei-me daquele lugar e fui a um outro, no início da praia para ver as queimas de fogos. Sentei nas pedras.
Um homem se aproximou, pediu o fogo para acender seu baseado e o compartilhou comigo. Não esperava que fosse chapar no réveillon, mas agradeço aos deuses por isso. Há poucas coisas que me trazem as emoções a tona hoje em dia, as drogas em geral são uma delas. Não que eu use muitas, mas elas em geral me trazem algo.

Queria ter sentido uma energia que me transformasse completamente naquela noite, mas nada senti. Talvez por ter mantido uma percepção diferente ali. Não me traz mais dor pensar que não senti nada, antes traria. Talvez eu esteja me tornando cada vez mais afastado do sentir, talvez eu esteja cada vez mais longe do torpor essencial. Se eu estivesse sentindo algo agora, talvez o que mais descreveria é a agonia. Há um pouco dela em mim.

Após o efeito da maconha passar, andei um pouco e deitei na areia. No mesmo lugar onde deitei com meus primos ano passado, e que esperei o ano inteiro, até aquela noite, para ter certeza de onde estava.
Pensando agora, eu me arrependo de ter voltado tão cedo e não ter visto o Sol nascer. Penso que seja porque ainda tenho esperanças de que algo incrível e mágico pudesse acontecer, conhecer alguém e viver algo diferente. Nutro ainda essas esperanças.
Voltei para casa, comi e dormi.

Acordei a tarde.
Almocei enquanto assistia um filme e, quando Mônica acordou, tranquei-me no quarto - onde passei o resto da tarde assistindo Modern Family. Esta, por sinal, é uma série que me fez refletir no quanto desejo ter uma família. E desejo muito. Enxergo uma chance junto a uma família, mas não acredito que eu vá formar uma. É uma pena... eu seria um excelente pai, um excelente marido, um excelente amigo.
À noite, conversei com os Bolados no Habbo. Não tenho pretensão de escrever aqui este momento, que foi simples no meu dia, mas talvez o maior acontecimento e o que me fez sentir algo minimamente diferente durante um tempo.
É engraçado a importância que damos às coisas, nivelando-as. O que importa para alguns, não importa para outros. Bobagens, grandes interesses... tudo isso é completamente subjetivo, dependendo mais de nós do que da grande máquina universal. É a percepção parte do Universo, no entanto.
Vim escrever para dormir.
                                               
                                                            Com meu amor... Epifânio.